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7 erros mais cometidos por quem compra veículo usado

Renata Liubertaitė

Renata Liubertaitė

À procura de carro usado? Podes ter esperança de encontrar tesouros escondidos, mas o mais provável é que te cruzes com autênticas sucatas. Aliás, até os condutores mais experientes se enganam.

Para não passares por uma situação semelhante, descobre os erros durante a compra de um carro... e não os repitas.

As aparências enganam!

Não coloques a tua segurança em risco – verifica primeiro o histórico do veículo com a ajuda da carVertical.

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1. Ignorar o check-up profissional ao automóvel

Ignorar o check-up profissional é um dos maiores erros cometidos por quem compra usados e, no futuro, pode resultar em problemas financeiros e de segurança. A menos que sejas mecânico profissional e consigas fazê-lo sozinho, ignorar o check-up antes da compra nunca é boa ideia.

inspeção do carro, carro na garagem, inspeção técnica do veículo
Fonte: Pavel L Photo and Video / Shutterstock

Um mecânico qualificado pode inspecionar minuciosamente o automóvel e dizer-te se são necessárias grandes reparações. Geralmente, o check-up inclui:

  • Uma inspeção exterior, que avalia a carroçaria do automóvel quanto a ferrugem, amolgadelas e qualidade da pintura, luzes, espelhos, etc. O estado dos pneus também é importante – um bom conjunto de pneus não é barato.
  • Uma inspeção do habitáculo, que inclui o teste de todos os controlos e funcionalidades interiores e a avaliação do desgaste geral.
  • Os sistemas elétricos são testados para verificar se existem problemas relacionados com janelas, fechaduras, ar condicionado, aquecimento, sistemas de ventilação e outros aparelhos eletrónicos.
  • A verificação do motor permite avaliar a existência de fugas, danos visíveis, e sinais de fraca manutenção. Também é essencial inspecionar as correias, as mangueiras, os níveis dos líquidos e a sua qualidade, testar a bateria, o motor de arranque, e o alternador.
  • A análise da parte debaixo do veículo pode ajudar a avaliar o sistema de escape quanto a fugas e integridade, o chassis e a estrutura quanto a ferrugem ou danos, e o sistema de suspensão quanto a desgaste.
  • A inspeção aos componentes mecânicos permite avaliar o estado e a funcionalidade dos travões, o teste da reatividade e do alinhamento do sistema de direção, etc.
  • Os exames de diagnóstico que são efetuados através da ligação ao computador de bordo do automóvel permitem verificar a existência de códigos de erro e problemas e identificar eventuais luzes de aviso ou avarias do sistema.
  • O test drive avalia o desempenho do veículo e a experiência geral de condução.

Parece muito? Bem, é mesmo. Mas, tendo em conta as despesas em reparações que podes ter no futuro e os potenciais riscos de segurança, o custo relativamente pequeno do check-up compensa o investimento.

2. Negligenciar a importância do test drive

mulher a conduzir um carro, audi, interior do audi
Fonte: Andraz Lazic / Unsplash

Vais passar uma parte significativa do teu tempo ao volante, por isso é importante que o teu carro novo 1) seja confortável, 2) seja agradável de conduzir, e 3) funcione bem. A diferença entre conduzir um carro qualquer e um carro adequado ao teu perfil pode ser decisiva para a tua experiência de condução.

É por isso que tu (e de preferência um mecânico qualificado) deves fazer o test drive, evitando assim cometer mais um dos erros na compra de um usado.

Vantagens do test drive

A realização de um test drive é benéfica por várias razões:

  • Permite experimentar em primeira mão o desempenho, o manuseamento, e a sensação do automóvel na estrada.
  • Podes escutar ruídos invulgares, vibrações, e outros sinais de problemas mecânicos, de desempenho, ou de segurança, que podem não ser óbvios à primeira (e até à segunda) vista.
  • Podes avaliar se o automóvel corresponde às tuas preferências de tamanho e conforto, nomeadamente em termos de bancos, posição de condução, visibilidade, e experiência geral. Tudo isto tem impacto na sensação de condução, pelo que é um passo crucial que não podes ignorar.
  • A verificação de várias funcionalidades, como o ar condicionado, o sistema de infoentretenimento, entre outras, permite-te decidir se correspondem às tuas expetativas.
  • Podes estabelecer uma preferência particular (ou seja, uma ligação) por um determinado automóvel se este se adequar ao teu estilo de condução e às tuas necessidades.
  • O test drive também pode ajudar a aliviar possíveis dúvidas e preocupações sobre o veículo.
  • A identificação de problemas no test drive dá-te vantagem na negociação.

A verificação de todos estes pontos é importante para tomares uma decisão de compra de que não te arrependerás no futuro.

3. Não verificar o histórico do veículo

Os veículos usados têm segredos. Por isso, adquirir um relatório histórico do veículo é um dos passos mais importantes no processo de compra de um automóvel usado.

Nem sempre é possível saber a história completa do carro pela sua aparência. Esperar que o vendedor seja honesto também não é boa ideia. No entanto, se te munires de conhecimentos antes de te encontrares pessoalmente com o vendedor, podes fazer todas as perguntas certas e tomar uma decisão informada antes da compra.

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Um relatório histórico pode dar-te as seguintes informações sobre o veículo:

  • Histórico de acidentes: Através das informações sobre acidentes e colisões ocorridas no passado, facultadas pelo relatório histórico do veículo, podes avaliar melhor o estado do automóvel e identificar potenciais problemas futuros.
  • Histórico de propriedade: Podes saber quantos proprietários o veículo já teve. Mudanças constantes de titularidade podem indicar potenciais problemas com o automóvel.
  • Leituras do conta-quilómetros: O relatório histórico do veículo fornece as leituras disponíveis do conta-quilómetros, o que pode ajudar-te a evitar burlas de manipulação da quilometragem.
  • “Title” do veículo: O relatório histórico do veículo também pode revelar se o carro já foi utilizado pela Polícia, para transporte (táxis), ou como veículo de aluguer, o que pode sugerir uma quilometragem real mais elevada e, potencialmente, um maior desgaste.
  • Furtos e recuperações: Comprar um veículo que foi dado como roubado é um dos piores cenários que um relatório histórico te pode ajudar a evitar.
  • Condição financeira e legal: O relatório pode revelar se existem ónus ou empréstimos pendentes sobre o veículo que possam levar a complicações legais e financeiras.

Alguns relatórios (dependendo dos dados disponíveis) também podem apresentar informações sobre as tendências de mercado de veículos da mesma marca e modelo, o que te ajuda a perceber se o preço pedido é razoável.

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Para verificares o histórico do carro, precisas de conhecer o seu número VIN. Podes sempre encontrá-lo no automóvel e, em muitos casos, no próprio anúncio online. Se não estiver lá e quiseres verificar o histórico do carro antes de te encontrares pessoalmente com o vendedor, pede-lhe que o partilhe contigo.

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Escolhe o modo de introdução: número VIN ou matrícula.

4. Não comparar diferentes opções de financiamento

Um empréstimo automóvel é um grande compromisso financeiro, pelo que deves considerar cuidadosamente as diferentes opções. A assinatura do contrato correto pode poupar-te bastante dinheiro e garantir que não te arrependerás.

assinando um acordo, empréstimo automóvel
Fonte: Skrypnykov Dmytro / Shutterstock

Os empréstimos variam consoante a sua origem. No entanto, todos têm quatro componentes principais: montante, duração, taxa percentual anual, e taxa de juro. Algumas pessoas focam-se, sem razão, apenas nos pagamentos mensais, enquanto as duas taxas são, de facto, as mais importantes a considerar.

  • A taxa de juro (%) é o custo anual do empréstimo ao mutuário.
  • A taxa percentual anual (%) é o custo anual do empréstimo ao mutuário, incluindo as comissões.

Embora isto possa parecer confuso, a taxa percentual anual dá-te mais informações sobre o que vais pagar efetivamente. Comparar essa taxa é um bom ponto de partida para determinar os custos do empréstimo. No entanto, deves lembrar-te de que o teu pagamento mensal não se baseia na taxa percentual anual, mas sim na taxa de juro.

Por isso, avalia cuidadosamente as diferentes opções e não assines a primeira que encontrares. Compara a taxa percentual anual e a taxa de juro do empréstimo com as taxas de outros empréstimos para compreenderes o custo total. Além disso, considera o prazo do empréstimo – embora um prazo mais longo possa significar pagamentos mensais mais pequenos, pagarás mais no total.

Não fazer o melhor negócio pode resultar no pagamento de juros adicionais ao longo da duração do empréstimo.

5. Ser enganado por táticas de venda de alta pressão

Já ouviste falar de FOMO? É um acrónimo de “Fear Of Missing Out” (medo de perder a oportunidade) – uma sensação de que não tomar uma determinada ação irá levar ao arrependimento. Por exemplo, não comprar um determinado carro quando um vendedor faz “a melhor oferta”, que, afinal, também é válida por tempo limitado.

O segredo para não cair neste tipo de truque é lembrares-te de que tens o controlo do processo de compra. O vendedor pode utilizar táticas de venda de alta pressão por várias razões, uma das quais pode mesmo ser para te enganar.

Confia nos teus instintos e não te precipites em nenhum negócio. Em vez disso:

  • Aprende tudo o que conseguires sobre a marca, o modelo, e o ano específico do automóvel usado em que estás interessado (valor de mercado, intervalo de preços típico, etc.).
  • Determina o teu orçamento antes de te encontrares fisicamente com o vendedor – isto vai ajudar-te a resistir a ofertas que excedam o teu limite financeiro.
  • Consulta vários concessionários ou vendedores privados para comparares preços, opções, e abordagens de venda.
  • Faz perguntas – se mostrares ser um comprador informado, transmites a ideia de que não serás facilmente influenciado por informações erradas.
  • Mantém-te calmo e confiante, mostrando ao vendedor que só tomarás uma decisão quando estiveres totalmente satisfeito.
  • Não tenhas pressa – se o vendedor for idóneo, respeitará a tua decisão.

Ao estares informado, seres paciente e assertivo, conseguirás fazer frente a estratégias de venda de alta pressão e comprar um veículo usado sem te precipitares e sem te arrependeres mais tarde.

6. Comprar complementos desnecessários

Se comprares um automóvel num concessionário, é provável que te ofereçam alguns extras, porque os automóveis não são a única coisa que vendem. Antes de comprares qualquer complemento, é essencial teres em conta o teu estilo de vida quotidiano, os teus hábitos de condução, o estado do carro, e compreenderes claramente as tuas principais necessidades ao comprares um carro usado.

Por exemplo, imagina que te é oferecida a gravação do VIN (gravação do número VIN do veículo nos vidros e no para-brisas). O objetivo é tornar o veículo mais fácil de identificar e dificultar a sua venda em caso de roubo. Embora o processo seja bastante simples, pode custar cerca de 150 € a 300 €.

assinando um acordo, concessionário de automóveis
Fonte: Reshetnikov_art / Shutterstock

É necessário? Geralmente, não. Todos os automóveis têm o VIN gravado em vários locais (normalmente no tablier, sob o capô, ou no interior das ombreiras das portas), pelo que a identificação do veículo não é um problema. No entanto, se isso te deixar mais seguro, podes comprar um kit e fazê-lo tu mesmo por cerca de 25 €. Pesquisa sempre opções alternativas!

E a extensão da garantia?

As extensões de garantia são um dos complementos mais oferecidos pelos concessionários. Se vale a pena ou não, depende de muitos fatores.

Em primeiro lugar, todos os automóveis novos vêm com garantia do fabricante. Quando comprares um automóvel usado, verifica se ainda tem algum tempo de garantia. Em caso afirmativo, talvez não precises de uma extensão de garantia (pelo menos inicialmente).

Além disso, as extensões de garantia costumam ser caras, mas não cobrem todas as reparações (por exemplo, os componentes habitualmente substituídos na manutenção de rotina). Se o automóvel tiver um bom historial de longevidade e poucos problemas graves, é possível que nunca venhas a utilizar a extensão de garantia.

Por último, não é necessário tomar esta decisão no momento da compra do automóvel. Se precisares mesmo de uma extensão de garantia, podes comprá-la mais tarde, avaliando cuidadosamente as diferentes ofertas.

7. Esquecer as recolhas de mercado e os problemas de segurança

Por vezes, os fabricantes e as entidades reguladoras emitem avisos de recolha para resolver defeitos (principalmente) relacionados com a segurança. Embora as recolhas costumem estar mais associadas a veículos recentes, também podem ocorrer em veículos usados.

O problema é que os fabricantes só enviam avisos de recolha uma vez – ao proprietário atual. Se comprares um veículo usado a alguém que ignorou essa convocatória, podes nem sequer saber que o veículo é perigoso de conduzir.

recall da bmw, o que é um recall

Como verificar a existência de recolhas e problemas de segurança

Para verificares a existência de recolhas, utiliza os seguintes recursos:

  • Website oficial do fabricante: A maioria dos fabricantes de automóveis tem páginas específicas onde podes verificar a existência de recolhas utilizando o número VIN do veículo.
  • Relatório histórico do veículo: Os relatórios da carVertical verificam a existência de pedidos de recolha. Por isso, a obtenção de um relatório também pode ajudar-te a verificar isso.
  • Pesquisa no Google: Pesquisa a marca, o modelo, e o ano do teu automóvel, seguido da palavra “recolhas”.
  • Agências de transporte governamentais: Dependendo do país, o Governo poderá ter agências de transportes que fornecem informações sobre recolhas e questões de segurança. Por exemplo, nos EUA, a “National Highway Traffic Safety Administration” (NHTSA), uma agência do governo federal dos EUA, disponibiliza uma ferramenta online gratuita para questões de segurança e identificação de recolhas.

Perguntas Frequentes

Renata Liubertaitė

Artigo de

Renata Liubertaitė

Renata é redatora com mais de 8 anos de experiência em publicações, marketing e empresas de SaaS. Escrevendo em vários domínios e cobrindo tópicos altamente técnicos, aprendeu a transformar coisas complexas em algo que todos possam compreender. Quando não está a escrever para a carVertical, aprecia projetos de bricolage e passeios de bicicleta espontâneos.