Como verificar se um carro é roubado

São frequentes os casos em que os criminosos desmontam carros roubados e vendem as suas peças, porque é a forma mais fácil de se livrarem dos carros e de fazerem dinheiro sem serem apanhados. No entanto, esse nem sempre é o caso.

Muitas pessoas são vítimas de burlões e acabam por comprar veículos roubados sem conhecer o seu historial. Além de perderem dinheiro, perdem o bem adquirido. Então, qual será a melhor forma de garantir que um veículo não foi roubado e que não terá problemas com as autoridades policiais?

Pode-se comprar veículos que não tenham título de propriedade?

Um “title”, ou título de propriedade automóvel, é um certificado legal dos EUA que prova a propriedade do veículo no país. Geralmente, é ilegal comprar um veículo sem título de propriedade (serve para evitar possíveis roubos ou danos graves não identificados). No entanto, a situação depende do estado americano.

Já em Portugal, o documento é obrigatório no ato de compra de qualquer veículo. O Registo de Propriedade Automóvel tem obrigatoriamente de ser obtido no prazo máximo de 60 dias após a data de venda.

Ao comprar um automóvel, é necessário tomar as seguintes precauções

O título de propriedade de um veículo prova a sua propriedade, pelo que a falta de um título pode significar problemas legais. Claro que somos todos humanos – muitas vezes, as pessoas perdem ou estragam os objetos. Os títulos de propriedade automóvel não são exceção.

Dito isto, pode ser muito difícil obter um título de propriedade automóvel se o veículo não tiver sido adquirido legalmente. Ou seja, a falta de um título de propriedade deve ser motivo de alerta. Tome as seguintes precauções para evitar problemas dispendiosos:

• Peça sempre o Documento Único Automóvel e comprove se o nome e morada do proprietário estão corretos;
• Peça também a Certidão Permanente do Registo Automóvel e verifique a situação jurídica do mesmo;
• Peça para ver a ficha de inspeção do veículo e verifique se foram identificadas e corrigidas anomalias.

É importante tomar as precauções necessárias para garantir que o automóvel não pertence a outra pessoa.

Como verificar se um carro foi roubado: um guia passo-a-passo

Ninguém lhe vai dar palmadinhas nas costas depois de comprar um veículo roubado. É provável que alguém ainda ande à procura dele e que você ou a pessoa que lhe vendeu o carro acabe por pagar o preço. Eis 3 pontos que deve verificar para evitar situações desagradáveis.

1. Usar o número VIN para verificar as bases de dados de carros roubados

É possível obter um relatório do historial automóvel introduzindo o número VIN do veículo na carVertical. A plataforma tem acesso a vários dados automóveis, incluindo bases de dados da Polícia, registos estatais e companhias de seguros. Mesmo que o carro tenha sido roubado no estrangeiro, a carVertical consegue detetá-lo.

Muitos países têm as suas próprias bases de dados públicas ligadas aos registos policiais e às companhias de seguros. Esta é outra forma eficaz de descobrir se existem problemas com o título do veículo. Contudo, pode ser necessário fornecer a matrícula do veículo em vez do VIN.

Se se deparar com um relatório da carVertical relativo a um automóvel roubado, aparecerá uma mensagem de aviso no separador ROUBO. Na secção “Cronologia”, poderá ver onde e quando o roubo foi registado.

2. Observar o estado das chapas do número VIN

Considerando que a obtenção de um relatório do historial automóvel é uma excelente forma de detetar um automóvel roubado, os ladrões costumam substituir as matrículas VIN dos veículos, de forma ilegal. Este procedimento desvincula o automóvel do registo “roubado” e algumas instituições europeias podem mesmo considerá-lo legal no futuro.

As chapas VIN adulteradas são muito fáceis de identificar quando se conhece o seu aspeto original.

Os fabricantes de automóveis utilizam diferentes tipos de fixadores: rebites, linhas de soldadura, e pontos de soldadura. Uma chapa VIN não deve estar cortada ou danificada, e todos os caracteres devem estar claramente visíveis. Se reparar que o Honda Accord do seu amigo tem uma placa VIN fixada por rebites, isso também deverá ser verdade noutros Accord da mesma idade.

3. Verificar o veículo com um decodificador de VIN

O VIN também pode ajudar de outras formas – não se trata apenas de um conjunto de caracteres aleatórios. Quando dividido em secções e descodificado, mostra alguns dados básicos sobre o veículo (como a marca, o modelo, a cor, e o tipo de motor). Pode-se usar um decodificador de números VIN para comparar estes dados com o que se vê na inspeção visual do veículo – discrepâncias alertam para possíveis roubos e adulterações do VIN.

Os problemas relacionados com as informações do VIN significam que o vendedor está a esconder alguma informação. Nalguns casos, talvez esteja apenas a inflacionar o valor do veículo ao adicionar características inexistentes ao anúncio.

4. Verificar se todos os números VIN do veículo coincidem

Os números VIN costumam ser afixados em alguns locais do automóvel:

• Atrás do para-brisas dianteiro (no tablier);
• Por debaixo do capô;
• No lado de dentro do pilar da porta do lado do condutor;
• Na extremidade dianteira do quadro (carros mais antigos);
• Nos documentos do veículo.

Procure com calma todos estes números e compare-os entre si e com o número que consta do certificado de seguro/registo do veículo. Se encontrar números VIN diferentes, o carro pode ter sido roubado e não compensar a compra.

Nesse caso, deve informar a Polícia o mais depressa possível! Mesmo que o veículo não tenha sido roubado, a adulteração do código VIN é considerada fraude em Portugal.

Como é que as pessoas conseguem vender veículos roubados?

Compradores descuidados

A verificação dos códigos VIN ainda não é uma prática comum no mercado de veículos usados. Isso significa que os vendedores podem encontrar (e muitas vezes encontram) compradores para carros e motociclos roubados. Quem não verifica o número VIN ao comprar um veículo usado tem poucas hipóteses de detetar burlas.

Números VIN falsificados

Já viu aqueles carros completamente queimados que são vendidos por milhares de euros? São carros destruídos sem qualquer possibilidade de serem restaurados. No entanto, algumas pessoas oferecem boas quantias por eles.

Porquê?

Bem, grande parte desses licitadores querem as chapas VIN. Podem estar a planear roubar um carro em breve, e precisam de uma matrícula VIN legítima do mesmo modelo para ficarem sem o título de “roubado”.

Embora muitos desses criminosos sejam apanhados rapidamente, alguns carros passam de “roubados” a “limpos” numa questão de horas.

Sucata para peças

Outros ladrões limitam-se a fazer o mais simples e a desmantelar os carros para peças. Uma grande parte das peças automóveis usadas é retirada de carros roubados graças a negócios obscuros conhecidos como “chop shops”. Alguns condutores chegam mesmo a instalar chips de localização nas peças mais caras, como faróis e leitores multimédia.

Embora seja mais difícil escapar à compra de peças de uma “chop shop”, é muito mais fácil não cair na armadilha do veículo roubado. Desde que faça uma verificação do VIN, não deverá ter problemas.

Que informações podem ser encontradas num relatório VIN e o que fazer com elas?

Os relatórios do historial automóvel apresentam informações recolhidas de várias fontes. Por exemplo, os relatórios da carVertical revelam roubos de veículos através da verificação de registos policiais, dados de companhias de seguros, e informações sobre títulos de propriedades. Mas há outros dados que são úteis quando se compra um carro usado:

• Atividade – inspeções, vendas, acidentes, alterações de propriedade;
• Quilometragem – alterações periódicas da quilometragem;
• Danos – informações pormenorizadas sobre danos sofridos pelo veículo;
• Especificações – as especificações e a lista de equipamentos originais;
• Fotos – por vezes, os relatórios incluem fotografias de companhias de seguros, de leilões, e de anúncios passados.

Estas informações podem ser muito úteis nas negociações com o vendedor do veículo usado. Na pior das hipóteses, o historial automóvel serve para tranquilizar o comprador antes de efetuar a compra. Na melhor das hipóteses, ajuda-o a obter um preço muito melhor ou a evitar uma fraude.

A fraude do roubo não é tão comum quanto a fraude de quilometragem ou acidentes anteriores, mas acarreta mais riscos para o comprador. Por exemplo, pode mesmo acabar na prisão depois de comprar um carro roubado. “Ah, claro, não sabia que era roubado – toda a gente diz isso!”