2024-05-15
Como saber se um veículo já sofreu um acidente?
Ninguém deseja comprar um carro usado que já tenha sofrido um acidente (especialmente se o vendedor tiver ocultado essa informação e o acidente só for revelado posteriormente, numa inspeção minuciosa).
Felizmente, há algumas formas de descobrir a verdade. Por exemplo, o número VIN de cada veículo permite conhecer o seu relatório histórico – este é, sem dúvida, a forma mais simples de saber se o carro esteve num acidente.
Contudo, o registo histórico do veículo não é a única forma de saber se o veículo sofreu danos. Existem outros truques. Por isso, se planeias alargar a tua frota, continua a ler. As sugestões que se seguem vão ajudar-te a determinar se o veículo esteve envolvido num acidente ou se passou por um processo de reparação complexo.
As aparências enganam!
Não coloques a tua segurança em risco – verifica primeiro o histórico do veículo com a ajuda da carVertical.
Procura sinais visuais de acidente que sejam fáceis de detetar
Ao comprar um veículo em segunda mão, é essencial lembrar que todos os veículos, independentemente da sua data de produção, podem ter problemas camuflados resultantes de um acidente que tenha afetado a estrutura do veículo.
Embora os carros mais novos sejam, regra geral, mais bem construídos, os automóveis abaixo da classe dos veículos familiares pequenos podem apresentar várias falhas, apesar de estarem em boa forma técnica. Por isso, ao procurar sinais visuais de um acidente, os compradores devem ter em conta o tamanho e a marca do veículo.
1. Verificar se há danos físicos
As peças da carroçaria podem constituir a prova mais fidedigna de que o carro esteve num acidente.
Em ambas as extremidades do automóvel, procura por fissuras ou remendos. Os para-lamas e os para-choques costumam quebrar nos acidentes, porque são feitos de material leve ou de plástico composto. Passando a mão ao longo do veículo, podes verificar se existem amolgadelas, fissuras, ou outros danos.
Ao inspecionar o veículo, examina também as rodas. Um pneu diferente dos outros ou uma marca mais significativa na jante de liga leve podem ser indícios de acidente. Também é importante prestar atenção à data de emissão dos pneus. Não deve ser anterior à data de produção do veículo.
2. Examinar as folgas dos painéis e portas
A qualidade de construção é um dos requisitos essenciais na compra de qualquer veículo. É por isso que as pessoas preferem comprar um Audi ou um Mercedes-Benz, porque oferecem uma qualidade de montagem automóvel de alta precisão.
Regra geral, a existência de folgas irregulares entre uma porta e o painel da carroçaria adjacente significa duas coisas: má qualidade de construção ou o facto de o veículo ter sofrido um acidente de viação.
Primeiro, examina os espaços entre o capô e o painel da carroçaria ao lado. As folgas devem ser retas e de largura uniforme ao longo de toda a extensão.
Por vezes, o desalinhamento deve-se a uma gestão de qualidade inadequada por parte da fábrica e nada tem a ver com acidentes. No entanto, se o carro em questão for de uma marca reconhecida pela sua qualidade (por exemplo, um BMW), deves considerar a possibilidade de o carro ter sido danificado.
Se notares algum desalinhamento entre as portas e os painéis da carroçaria ou entre a bagageira e as asas traseiras, é possível que o veículo tenha sido reparado. Quando fechados, o capô, as portas, e a bagageira devem estar alinhados com os outros painéis. Se não estiverem, isso também é mau sinal.
3. Procurar sinais de má pintura
Verifica o estado da pintura do veículo num espaço limpo e seco, de preferência em plena luz do dia. Procura diferenças na cor da pintura em diferentes partes da carroçaria.
A presença de tinta nos guarda-lamas dianteiros costuma indicar que houve uma ligeira colisão ou raspagem em condições normais de funcionamento. Inconsistências na pintura das portas podem significar um pequeno arranhão ou danos graves.
Vale a pena inspecionar a espessura da tinta nas soleiras e olhar para os pilares centrais quando abertos. Nesta zona, não deve haver resíduos de tinta.
Além disso, é possível determinar a área do automóvel que foi pintada utilizando um instrumento específico de medição da espessura da tinta:
- Um veículo sem acidentes e com pintura original terá uma leitura de 80 a 120 mícrones.
- Se uma parte da carroçaria tiver sido pintada, o instrumento de medição indicará 150–260 mícrones.
- Valores superiores a 300 mícrones devem ser considerados motivo de preocupação.
4. Examinar os números de série nos vidros
Os números de série nos vidros dos automóveis são um dos melhores indicadores de reparações.
Se o veículo não tiver sofrido nenhum acidente, os números de série de todos os vidros serão iguais. Se um deles for diferente dos restantes, convém questionar o vendedor acerca do passado do veículo.
Importa referir que, segundo as estatísticas, o para-brisas dianteiro é o elemento mais frequentemente substituído. Não porque o carro tenha estado envolvido numa colisão, mas por outras razões. Os danos causados por pedras, por exemplo, podem gerar pequenas fraturas no vidro, que podem refratar ou refletir a luz de uma forma que pode distrair o condutor.
Verifica atentamente o registo de propriedade
Os veículos vendidos ou exportados dos Estados Unidos devem ser sempre acompanhados por um documento cor-de-rosa, que ajuda os compradores a descobrir se sofreram acidentes.
Este tipo de informação costuma constar do relatório histórico do veículo. O relatório indica se o automóvel sofreu um acidente ou se tem um “salvage title” (ou seja, foi dado como salvado). Este último pode ser emitido por uma série de razões:
- Inundação: carro danificado por ter sido submerso em água de tal forma profunda que encheu o compartimento do motor.
- Resgate após furto: veículo que foi furtado ao seu proprietário e mais tarde encontrado. Muitos carros roubados acabam em acidentes, são desmontados para peças, ou vendidos no estrangeiro. Ocasionalmente, os veículos furtados são encontrados em excelentes condições.
- Vandalismo: veículo que sofreu danos tão extensos que foi mais económico para a companhia de seguros pagar o valor total do veículo do que tentar repará-lo.
- Granizo: veículo que foi atingido por uma tempestade de granizo.
- Irrecuperável (ou sucata): veículo gravemente danificado e inoperacional, que não tem qualquer valor de revenda para além das suas peças.
Test drive
Embora a verificação visual seja importante, também se deve fazer um test drive para se perceber como funciona a máquina.
Uma das melhores estratégias é fazer um test drive a dois ou três veículos do mesmo modelo para notar as diferenças no seu comportamento. Estas diferenças podem evidenciar as deficiências de um carro que tenha menos manutenção.
Naturalmente, poucas pessoas terão esta opção ao seu dispor. Não há motivo de preocupação – um só test drive não deixa de ser extremamente valioso. Eis alguns dos aspetos a considerar nos test drives:
- A maioria dos veículos modernos tem caixas de velocidades automáticas, que podem funcionar em diferentes modos: Eco, Normal, e Desportivo. Deve-se experimentar estes modos e perceber as alterações no desempenho da caixa de velocidades e do motor.
- Acelerar! Alguns problemas são impercetíveis durante a condução normal, mas podem tornar-se óbvios com a aceleração e a velocidade.
- Os veículos têm vários botões de controlo que permitem acionar equipamentos adicionais. Deve-se experimentar todos os botões e garantir que todos funcionam corretamente.
- Desligar o rádio e prestar atenção a sons estranhos provenientes da suspensão ou do compartimento do motor.
- Com o veículo parado, rodar o volante para a esquerda e para a direita e ouvir o som proveniente do compartimento do motor. Ruídos ou dificuldades podem indicar problemas mais profundos com o motor, a suspensão, ou o sistema de direção.
- Verificar se todos os dispositivos eletrónicos funcionam: sistema de ar condicionado, auxiliares de estacionamento, sistema de navegação, sistema de aviso de ângulo morto. Tudo deve funcionar na perfeição.
Recorre a assistência especializada
Antes de comprar um veículo, é conveniente mostrá-lo a um mecânico independente. Não estamos a falar dos teus amigos que gostam de carros!
Porque não?
Os automóveis são cada vez mais complexos e, por isso, a sua inspeção exige conhecimentos dinâmicos e equipamentos sofisticados.
Ao procurar uma oficina especializada para avaliar o veículo em segunda mão, procura uma que seja especializada na marca e no modelo do veículo em questão. Os profissionais que trabalham nestas oficinas têm uma compreensão profunda da marca, pelo que qualquer indício de um trabalho de reparação de má qualidade será rapidamente identificado por eles.
Adquire um relatório histórico do veículo
Há muitos automóveis no mercado de segunda mão que são apresentados como estando em perfeitas condições, mas que, na verdade, têm uma história bastante alarmante.
Por isso, é boa ideia recorrer a um relatório histórico da carVertical. Esta ferramenta inclui registos de bases de dados mundiais, nomeadamente registos policiais, registos nacionais e, sobretudo, registos de seguros.
Os dados fornecidos pelas companhias de seguros ajudam a determinar se o automóvel em questão já sofreu ou não um acidente e quais os danos sofridos. Com sorte, o relatório histórico do veículo mostrará todos os acidentes em que o automóvel esteve envolvido.
Ao verificar o historial do veículo, caso encontres um veículo em segunda mão que tenha estado envolvido num acidente, faz uma avaliação realista do seu impacto no veículo. Eis como deves utilizar o relatório.
Verifica o teu VIN
Evita problemas dispendiosos – verifica o histórico de qualquer veículo. Obtém já um relatório completo!
Como ler as informações sobre acidentes no relatório histórico de um veículo?
Um relatório histórico do veículo da carVertical tem várias secções, que permitem desvendar a história por detrás do acidente.
Na secção da “Cronologia”, é possível ver quantas vezes o certificado de propriedade do automóvel foi alterado e quantas infrações foram registadas.
O registo inicial indica sempre uma mudança de proprietário do veículo, enquanto os registos seguintes indicam danos no veículo. Essencialmente, este registo mostra o número de vezes que o automóvel foi marcado como danificado.
Na secção dos “Danos”, são apresentados registos que esclarecem melhor os motivos da mudança.
Os registos históricos do veículo revelam registos das companhias de seguros. Indicam que o automóvel esteve envolvido num acidente e foi, por isso, colocado à venda.
O relatório histórico do veículo também descreve o estado do automóvel após o acidente:
Nota: Por vezes, é indicado um valor monetário na coluna “Custos estimados de reparação”. Esta é uma boa forma de determinar a gravidade do acidente. Se as reparações custarem poucas centenas de euros, talvez não haja motivo de preocupação. No entanto, se o valor for muito superior a milhares de euros, é melhor evitar o veículo.